O jornalista e professor universitário Rovilson Britto é o novo presidente do PCdoB-SP. Eleito para o cargo na Conferência Estadual, no sábado (23), ele substituirá o deputado federal Orlando Silva, que presidia a legenda no estado desde 2013. Com 52 anos de idade e 37 de filiação ao Partido, Rovilson foi presidente da Ubes e da UJS. Membro do Comitê Central do PCdoB, ocupava a vice-presidência estadual. Nesta entrevista, ele lista os desafios que os comunistas enfrentarão no próximo período.
Qual é o balanço da Conferência Estadual? Como o PCdoB sai desse processo?
Rovilson Britto: Foi um processo essencialmente positivo e mobilizador. O Partido se preparou para enfrentar o difícil quadro político e a batalha central imediata – que são as eleições 2020. Além disso, coroou de maneira extraordinária o processo de integração dos militantes vindos do PPL às nossas fileiras. Saímos mais fortes política e ideologicamente.
A nova direção é composta por 104 membros. Como foi composta essa direção? O que mudou desta Conferência para a de 2017?
RB: O Partido tem um plantel enorme de quadros no estado. Não foi simples definir os que fariam parte da direção. Para isso, contribuiu muito a inteligência coletiva. Levamos em conta os desafios que a nova direção terá que encarar e nos pautamos pelos desafios e pelas tarefas. É uma direção maior porque conta com a participação de muitos novos quadros advindos do processo de incorporação. Precisamos constituir um sistema de direção que consiga gerar sinergia e responda às necessidades partidárias.
Do ponto de vista pessoal, o que representa, para você, a missão de presidir o Partido?
RB: Assumir a presidência corresponde a mais responsabilidade e a um enorme desafio. Mas vejo com tranquilidade, já que o Partido no estado tem um grupo altamente qualificado e nosso trabalho precisa ser de direção coletiva.
Como o Partido tem se preparado para as eleições de 2020? Qual é a orientação do Comitê Estadual para os comitês municipais?
RB: O centro das eleições 2020 é atuar com amplitude para isolar e derrotar as forças bolsonaristas. Precisamos também preparar o Partido para o desafio de, em 2022, ultrapassar a cláusula de 2%. Por isso, os processos eleitorais se entrelaçam. A marca de nossa participação será a apresentação de candidaturas próprias às prefeituras, a começar da capital, onde pela primeira vez teremos candidato. A candidatura de Orlando Silva expressa essa necessidade de o Partido se apresentar com fisionomia própria, disputar o voto e a opinião do eleitorado.
Vamos lutar para eleger prefeitos e vereadores e, ao lado disso, projetar mais lideranças públicas e eleitorais para o desafio de 2022. Nossa política de alianças será bastante ampla, excetuando apenas a legenda bolsonarista, o Novo e o PSL.
Edição: André Cintra