Como operário metalúrgico desde 1975, venho respeitosamente parabenizar o 15º Congresso do Partido Comunista do Brasil e aproveitar para fazer uma homenagem ao camarada e líder Benedito Cintra, por sua colaboração em todo o momento histórico que viveu dentro e fora do PCdoB.
Criado na Brasilândia, Zona Noroeste de São Paulo, Benedito Cintra atuou em várias frentes, pelo PCdoB, na resistência ao regime militar. Uma das primeiras atuações, bem antes de se tornar vereador e deputado estadual, foi ter criado o Movimento contra a Carestia na Zona Noroeste e organizado a primeira sede partidária da região, com vários companheiros que já conheciam sua atuação no movimento político e sindical.
Em 1979, na greve dos metalúrgicos de São Paulo, Benedito Cintra deu total apoio aos operários. Já em junho de 1980, no Largo do Clipper, na Freguesia do Ó, participou ativamente, com vários moradores e lideranças da região, do protesto por melhorias nos bairros. Para cobrar o governador biônico Paulo Maluf, os participantes estenderam faixas e tentaram lhe entregar um manifesto, com reivindicações junto à Administração Regional (hoje Subprefeitura da Freguesia/Brasilândia). Como se sabe, por causa da repressão policial, a região se tornou um campo de guerra, a ponto das lideranças como Benedito Cintra serem recebidos por agentes do Dops, que jogaram bombas entre os organizadores no ato. No final, Benedito Cintra e outras lideranças conseguiram a construção do Pronto Socorro da Freguesia do Ó, na Avenida João Paulo I.
Para falar de Benedito Cintra, é preciso conhecer sua história, seu jeito de ser. Eu, como morador da Zona Noroeste desde 1963, falo com propriedade desse líder que sempre contribuiu com seus conhecimentos, os quais ele sempre doou para o Partido Comunista do Brasil. Foi através dele, já em 1989, que tive a honra de participar do movimento negro pela Unegro e da campanha “Lula Presidente” nas portas de fábricas e na nossa região da Zona Noroeste.
Em 1994, Benedito Cintra me fez despertar o carinho pela Escola de Samba Unidos do Peruche, do qual ele era diretor, além de me incentivar a participar na coordenação da campanha de Nivaldo Santana a deputado estadual. Esse aprendizado vai ficar marcado na minha história como militante político e amante do samba.
Quando eu trabalhava no Consulado de Cuba pelo Comitê Central do PCdoB, em 1994, o Partido da Freguesia do Ó realizou um evento festivo em comemoração à nova sede, localizada na Avenida João Paulo I. Por intermédio do Benedito Cintra, convidei o cônsul de Cuba, Sr. Rafael Hidalgo Fernandes, para participar do nosso evento. Ele compareceu e agradeceu ao convite do camarada e líder Benedito Cintra, com direito a vinho cubano.
Benedito Cintra, com seu conhecimento político e sindical, sempre esteve nas principais batalhas do PCdoB ajudando e orientando a militância da nossa região da melhor maneira, que só ele sabia fazer e realizar. Me lembro da campanha de Orlando Silva para vereador de São Paulo, em 2012. Benedito Cintra foi ao Boteco do Neco, na Comunidade do Buraco do Sapo, na Freguesia do Ó, para falar da importância da candidatura do camarada para o Partido. Em seguida, em 2014 e 2018, nas campanhas vitoriosas de Orlando Silva para deputado federal, também houve a liderança de Benedito Cintra na nossa região.
Por fim, tenho orgulho de falar de Benedito Cintra pela pessoa que é, um conhecedor do marxismo, um líder Comunista como poucos, um gestor partidário como poucos. Parte da minha militância e do meu aprendizado foi com o camarada Benedito Cintra – e levarei para sempre na luta.
- Raimundo Xavier, o “Dunga”, é metalúrgico aposentado, técnico em Segurança do Trabalho e membro da direção municipal do PCdoB São Paulo